Blockchain: saiba o que é e como pode ser usado pelos Bancos

1.04.2022 | Tendências

Devido ao contínuo avanço tecnológico e às mudanças proporcionadas pelos novos recursos digitais, novos conceitos e novas ferramentas surgem a todo momento. Essas inovações abrangem praticamente todos os setores da sociedade, sendo que o mundo dos negócios é um dos mais afetados. O Blockchain é mais uma dessas inovações disruptivas, cujo uso está crescendo no mundo inteiro.

Eliminar os intermediários, garantir maior segurança e simplicidade é a promessa do Blockchain para o mercado financeiro. Existem diversas oportunidades de utilização do Blockchain e a tendência é que todos os bancos adotem esta tecnologia nos próximos anos. Ele é, afinal, um excelente recurso para otimizar serviços e garantir o potencial competitivo das instituições financeiras. E você, sabe o que é o Blockchain e como ele funciona? Continue acompanhando e descubra!

Definindo o Blockchain

Literalmente, a palavra “blockchain” significa “cadeia de blocos” e é uma tecnologia para uma nova geração de aplicações transacionais que estabelece confiança, prestação de contas  e transparência enquanto simplifica de forma eficiente os processos de negócio.

É um banco de dados distribuídos, sendo praticamente invulnerável a falhas e adulterações, e as múltiplas utilidades descolam-se da tecnologia da criptomoeda bitcoin – para a qual foi criada.

Antes do desenvolvimento da tecnologia blockchain, os registros contábeis eram mantidos em bancos de dados centralizados e não-públicos. As pessoas precisavam confiar na idoneidade do banco de dados para ter certeza de que não haveria nenhuma alteração nos registros (saldos e transações da conta).

Com o blockchain, os dados são distribuídos entre todos os participantes, com total transparência e descentralização. Torna-se, portanto, desnecessário confiar em uma terceira pessoa para que os dados contábeis sejam registrados corretamente e não haja perigo de fraudes.

Entenda como funciona

Na contabilidade distribuída, as técnicas computacionais criam uma cadeia de blocos de código (blockchain)  para o registro das operações. Trata-se de uma espécie de livro- razão público que guarda a lista de quem possui um ativo (seja ele uma moeda, ações, imóveis ou qualquer outro bem) na internet ou rede de negócios privativa. Ao realizar a transferência digital do ativo, o sistema aciona uma rede de “confirmadores”, que devem entrar em consenso para validar a transação. Cada uma das partes envolvidas possui um pedaço chave criptográfica para acessar os dados e montar o bloco de informações, dando confiabilidade ao processo. “É como se a transação fosse realizada em uma mesa de reuniões. Cada parte se manifesta e as ‘testemunhas’ confirmam o negócio, sem intermediários”, exemplifica Marcelo Frontini, diretor do departamento de pesquisa e desenvolvimento do Bradesco.

Cada usuário independente é denominado de “minerador ” e ele tem a função de validar e registrar as transações. Esse processo chama-se “mineração”. Como recompensa por essa validação e registro, o minerador pode criar novas unidades no bloco registrado. As transações são transmitidas para a rede através de um software. Exemplo de uma transação financeira:

  1. Pagador Luís enviou R$ 500,00 para o recebedor Valter
  2. Os mineradores confirmam a validade da transação e a adicionam ao próximo bloco da cadeia de blocos. A cada 10 minutos, um novo bloco é adicionado à cadeia de blocos por um minerador.
  3. A cadeia de blocos recebe o novo bloco que contém diferentes transações recentes, incluindo aquela que traz a informação de que o recebedor Valter agora tem + R$ 500,00 e o pagador Luís tem – R$ 500,00.

O Blockchain não depende da confiança entre os vários usuários, denominados de “nós da rede”. Qualquer usuário pode controlar e monitorar um nó do sistema. Ele é executado e mantido coletivamente pelos diversos nós da rede peer-to-peer (ponto a ponto) para registrar as transações. Utiliza-se a criptografia de código aberto para garantir funções básicas de segurança, evitando gastos excessivos, falsificações e adulterações do banco de dados. O Blockchain executa contabilidade aberta sem a necessidade de uma autoridade central de máxima confiança.

Separamos dois infográficos que explicam o passo a passo como funciona o blockchain:

o-que-e-blockchain

Fonte: Blog MJV

blockchain-como-funciona

O Blockchain ganhou destaque no setor financeiro e foi tema de uma matéria da revista Ciab Febraban (Ciab 62). Esta definição e citação foi apresentada em uma matéria sobre blockchain.

Finalidade do blockchain

A partir da forma de funcionamento, fica fácil concluir qual a finalidade da tecnologia blockchain. Como toda tecnologia, o blockchain pretende otimizar processos, conferindo maior agilidade às transações e maior segurança no controle e acesso de informações,  sem a necessidade de intermediação de terceiros, nem de um sistema centralizado.

Cada bloco da cadeia possui referências ao bloco imediatamente anterior e é carimbado com um código, ou hash, na rede. Além de possuir todas as informações sobre as transações e a referência ao bloco anterior, cada bloco dispõe da solução da Prova de Trabalho (Proof-Of- Work) que permite a aceitação e validação do bloco por todos os participantes da rede.

O blockchain é um grande e único livro-razão, compartilhado por todos os membros do sistema. As transações são registradas de forma irreversível, em uma relação direta com o tempo: quanto mais antigo o bloco, mais impraticável a reversão das operações. Isso significa que as possibilidades de fraudes reduzem-se drasticamente à medida que o tempo passa – e como o tempo em rede é medido de forma bem mais dinâmica e ágil, as possibilidades de adulterações e falhas tornam-se praticamente nulas.

Este infográfico, criado pela BTC Media, é um mapeamento do ecossistema do blockchain e o bitcoin em 2016, desenhado em forma de uma cidade! No canto superior direito, observamos os grandes Bancos que já estão estudando e utilizando o blockchain.

blockchain-ecosystem-BTC

Fonte: Banking Tech

 Vantagens

O sistema blockchain oferece diversas vantagens, tais como:

  • Registro em ordem cronológica de todas as transações ocorridas na rede;
  • Compilação e validação das informações pelos próprios participantes, os mineradores;
  • Sistema público, exclusivo, replicado e compartilhado pelos usuários;
  • Manutenção e atualização acontecem de forma voluntária e descentralizada;
  • Programa de recompensa (registro de novos valores) aos usuários que se dedicam à tarefa de mineração;
  • Maior independência, segurança e agilidade nas operações e transmissão das informações, já que não há necessidade da existência de um “terceiro de confiança”;
  • Redução dos custos de transação no setor financeiro;
  • Sistema de pagamento otimizado, com tempo de liquidação acelerado;
  • Maior transparência nos serviços.

Separamos algumas oportunidades de utilização do blockchain, em especial para o setor financeiro, neste artigo: As oportunidades da utilização do Blockchain pelos Bancos

Bancos e Blockchain

Os Bancos e Instituições no mundo inteiro estão estudando a adoção deste tipo de criptografia. De acordo com Camille Ocampo, diretor de serviços financeiros da Capgemini em entrevista à revista Ciab, “O Blockchain representa para o setor financeiro uma revolução equivalente ao compartilhamento de arquivos em redes ponto-a-ponto no segmento de música”.

Marcelo Frontini, do Bradesco, ressalta o uso em aplicações para gestão de contratos. O Blockchain seria, neste caso, o meio utilizado para autenticar legalmente uma transação para as partes envolvidas – retirando a necessidade de estágios burocráticos como registros e reconhecimentos de firmas em cartórios.

Outra vantagem está na possibilidade de automatizar a execução desses documentos, desenvolvendo sistemas capazes de verificar se as regras e condições estão sendo cumpridas.

Apesar das diferentes aplicações que o blockchain pode suportar, a aplicação financeira, lançada pela moeda criptografada (o bitcoin) é a que está exercendo maior impacto no momento. Muitos bancos já realizam experiências com a finalidade de adaptar o sistema aos seus próprios interesses e necessidades. A descentralização traz diferentes benefícios às instituições financeiras, contribuindo para aprimorar atividades como:

  • Liquidação de operações no mercado financeiro;
  • Pagamentos cross-border (banco nacional – investidor estrangeiro);
  • Registro de títulos;
  • Armazenamento de documentos e contratos;
  • Rastreamento de transações;
  • Pagamentos com pessoas que não dispõem de conta bancária.
  • Resguardar dados dos clientes da rede

Os resultados já se fazem sentir ou são previstos com muita precisão. A tecnologia blockchain vem desenvolvendo importante papel no mercado de valores e transformando definitivamente a face do comércio. Conforme estudos realizados em co-autoria pelo Banco Santander, o sistema blockchain pode eliminar até 20 bilhões de dólares de custos bancários. O banco, que é o 10º maior do mundo, também assegura que é possível utilizar o blockchain em mais de 25 aplicações bancárias.

Assim, bancos como o próprio Santander (sediado na Espanha), Citibank (sediado nos EUA), Goldman Sachs (sediado nos Estados Unidos), BBVA (sediado na Espanha), Westpac e Commonwealth Bank (sediados na Austrália) e muitos outros já estão investindo na nova tecnologia visando redução de gastos e maior eficiência nas negociações.

Confira bancos e empresas que investem em tecnologia blockchain:

  • O Banco Central Holandês está desenvolvendo um protótipo interno do sistema blockchain, o DNBCoin, visando a aplicação de sua própria moeda digital;
  • No Japão, o Mizuho Bank, junto com Fujitsu e Fujitsu Laboratories, realizou um teste experimental de 3 meses, usando o blockchain;
  • O Deutsche Bank (sediado na Alemanha), o HSBC e o Barclays (sediados na Inglaterra) utilizam tecnologia blockchain desenvolvida pela IBM e outras empresas;
  • KRX, operador da bolsa de valores na Coreia do Sul, pretende inaugurar uma plataforma de blockchain para estimular as transações off-board;
  • A startup norte-americana R3 CEV formou um consórcio de 25 bancos de investimento visando o desenvolvimento de um sistema blockchain privado que substitua sistemas internos;
  • ICAP, empresa britânica de serviços financeiros, também já está usando a tecnologia blockchain;
  • Empresas de cartão de crédito se preparam para lançar aplicações em blockchain;
  • A IBM também desenvolve projetos que visam aperfeiçoar o sistema blockchain, com a criação de um novo algoritmo e uma arquitetura mais adaptável, incluindo uma versão em nuvem.
  • A Nasdaq, onde se negociam ações de empresas de tecnologia em Nova York, usa desde dezembro a tecnologia de blockchain para registrar troca de ações de empresas não listadas em bolsa.

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Escrito por: <a href="https://digitips.com.br" target="_blank">Portal DigiTips</a>

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