Como fica o mercado financeiro em meio à pandemia do coronavírus?

24.06.2020 | Tendências

Estamos todos vivendo um momento delicado neste cenário de pandemia. O COVID-19 é uma doença que provoca infecções respiratórias causada pelo mais recente vírus da família coronavírus, descoberto no final de 2019.

O surto teve início na China e atualmente afeta 159 países, com mais de 180 mil pessoas contaminadas em cerca de 80 países. Entre eles, o Brasil que é o 32º país em números de casos.

No dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial de Saúde declarou o coronavírus como uma pandemia. A partir daí começaram a surgir incertezas sobre as consequências econômicas no Brasil e no mundo. Mas e agora? Como fica o mercado financeiro? É o que vamos ver a seguir.

Impacto do coronavírus no Comportamento

A pandemia mudou drasticamente os hábitos dos consumidores. Devido às orientações de isolamento dos órgãos responsáveis pelo tratamento e contenção do vírus, diversos setores foram afetados, principalmente aqueles que envolvem contato humano.

Empresas adotaram o home office e adaptaram suas rotinas, levando as operações para o digital, o que causou por exemplo, um aumento de 9% na receita de consumo de eletrônicos e alta tecnologia na Itália, segundo relatório da Mckinsey*.

Ainda assim, existem algumas recomendações para as empresas minimizarem os impactos:

  • Comunicar claramente aos consumidores mudanças na operação;
  • Não permitir qualquer tipo de comunicação ou alteração de preço oportunista;
  • Trazer mais opções de pagamento e linhas de crédito para viabilizar as pessoas em momentos desafiadores;
  • Mostrar o cuidado com o Ponto Físico (em casos de mercado que não podem fechar o ponto físico).
Quer entender mais sobre os hábitos dos bancarizados no novo normal (após o fim do isolamento social)? Confira este infográfico.

* Segundo material da McKinsey & Company “COVID-19 – Learnings from Italy and China on the Evolution of Consumer Reactions”

Como fica o mercado financeiro?

Os bancos adotaram uma série de ações em reação à disseminação do COVID-19, como: o estabelecimento de uma força-tarefa central, a restrição de viagens, a suspensão de reuniões em larga escala, a segregação de equipes, a organização de teletrabalhos e a atualização de políticas de interação com fornecedores externos.

Segundo o relatório “Impacto do coronavírus na economia, renda fixa, setores e empresas” da BB Investimentos Research, o coronavírus tem impacto baixo ou nenhum sobre o mercado de bancos e serviços financeiros.

Entretanto, a preocupação indireta é com relação à inadimplência, como consequência de uma possível deterioração do cenário macroeconômico brasileiro, com enfraquecimento da atividade econômica. Outro possível fato que poderia afetar, seria a queda da Selic, que faria com que os spreads e a receita financeira recuassem.

Acompanhe neste ebook, um panorama de como se deu a evolução do mercado financeiro em 2020 e também as principais tendências deste mercado para 2021.

Medidas recentes do Bacen em resposta aos impactos do coronavírus

Para combater os efeitos do Covid-19 na economia, o Banco Central (BC) lançou um conjunto de medidas que aumentará a liquidez do Sistema Financeiro Nacional (SFN) em R$ 1,2 trilhão.

O objetivo é garantir que as instituições financeiras tenham recursos para atender às demandas do mercado. Além disso, as medidas de liberação de capital geram um potencial de expansão de R$ 1,16 trilhão no volume de crédito da economia. Isso dá segurança ao sistema para que as instituições financeiras mantenham e ampliem seus planos de concessões de crédito.

O Presidente Roberto Campos Neto destacou que a situação do SFN é sólida e que os bancos estão bem capitalizados. “A situação é confortável. As instituições estão bem provisionadas, com boa liquidez e capital sobrando. É diferente do que aconteceu no passado”, afirmou, em referência à crise financeira mundial de 2007/2008. “O arsenal que o BC tem é grande para combater qualquer tipo de crise. O sistema financeiro brasileiro vai funcionar perfeitamente”, afirmou.

Confira as medidas:

  • Redução adicional do compulsório;
  • Aperfeiçoamento nas regras do Liquidity Coverage Ratio;
  • Dispensa de provisionamento para renegociação de operações de crédito;
  • Redução do Adicional de Conservação de Capital Principal dos bancos;
  • Repos de títulos soberanos em dólar;
  • Novo Depósito a Prazo com Garantias Especiais;
  • Flexibilização nas Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs);
  • Empréstimo com lastro em debêntures;
  • Maior possibilidade de os bancos recomprarem suas próprias letras financeiras;
  • Overhedge de investimentos em participações no exterior;
  • Tratamento tributário do Overhedge;
  • Injeção de recursos de prazos mais longos pelo BC via operações compromissadas com lastro em Títulos Públicos Federais (TPFs);
  • Redução do spread do nivelamento de liquidez;
  • Autorização para fintechs emitirem cartões de crédito e se financiarem no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social;
  • Intervenções nos mercados de câmbio;
  • Linha de swap de liquidez em dólares americanos;
  • Ações com o Tesouro Nacional;
  • Diminuição do requerimento de capital para pequenas e médias empresas;
  • Programa de Empréstimos para Folha de Pagamentos (FOPA);
  • Empréstimo com lastro em letras financeiras garantidas por operações de crédito.

Quer saber mais sobre as medidas e acompanhar as novidades do BC em relação à pandemia? Clique aqui!

Ações voltadas às micro e pequenas empresas do país

Além das providências listadas acima, no dia 23/06/2020 o Banco Central anunciou também novo pacote de medidas de combate aos efeitos da Covid-19 na economia com o objetivo principal de manter as micro, pequenas e médias empresas em funcionamento.

Com foco no direcionamento do crédito e da liquidez para as empresas de pequeno e médio porte o Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto enfatizou que o BC atua basicamente em três dimensões. 

“Em primeiro lugar, a autoridade monetária tem o objetivo de manter o Sistema Financeiro sólido, com liquidez e com capital, de forma que o crédito esteja fluindo normalmente. Além disso, deve haver direcionamento para que o crédito alcance setores que têm mais necessidade no atual momento. O terceiro grupo de medidas visa garantir a estabilidade dos mercados.”

Confira as novas medidas:

  • Redução do requerimento de capital das instituições de menor porte;
  • Capital de Giro para Preservação de Empresas (CGPE);
  • Compra de títulos privados;
  • Compulsório;
  • Ponderação de risco;
  • Imóvel como garantia de mais de um empréstimo.

Veja também um resumo da coletiva:

E como as fintechs podem ajudar?

Além de lançar as medidas, para ajudar a economia a enfrentar os efeitos da COVID-19, o BC também propôs ao Conselho Monetário Nacional (CMN) uma série de mudanças na regulação das fintechs de crédito. As mudanças foram aprovadas e entre elas está a autorização para que as Sociedades de Crédito Direto (SCD) possam emitir cartões de crédito e receber repasses do BNDES.

Segundo Otávio Damaso, diretor de Regulação do Banco Central, “As fintechs de crédito constituem importante canal de concessão de crédito pois prestam seus serviços por meio de plataformas eletrônicas e, por isso, possuem alta capilaridade, alcançando até mesmo clientes com menor acesso a serviços financeiros.”

O CMN ampliou, ainda, o escopo dos fundos com os quais as Sociedades de Empréstimo entre Pessoas (SEP) e as SCD podem fazer a cessão de suas carteiras. Agora, as operações poderão ser feitas com outros tipos de fundo, desde que mantida a restrição de que suas cotas sejam destinadas exclusivamente a investidores qualificados.

Canais e Bancos digitais

Além da medida, o BC orienta os clientes a buscarem serviços e operações nos canais eletrônicos dos bancos e demais instituições financeiras, ressaltando que o Internet Banking, aplicativos e serviços digitais são aliados neste enfrentamento à crise do coronavírus.

Os bancos digitais possuem uma vantagem nesse momento, já que todos os canais e operações já são oferecidas de forma virtual e não dependem de agência física. Além disso, o alto investimento em tecnologias para automatizar processos manuais, trazem neste momento a escalabilidade necessária e a possibilidade de continuarem as suas operações de formalização de forma remota.

É claro que, o “efeito coronavírus” continuará sendo acompanhado de perto pelo mercado, mas, em tempo, o mercado financeiro agiu de forma rápida e não sofre diretamente as consequências da pandemia que se espalha pelo mundo.

BAIXE AGORA este ebook e confira como o cenário da pandemia impulsionou a digitalização dos processos no setor financeiro e os impactos nos bancos, no formato de consumo das pessoas e na segurança das operações. 

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