A corrida dos bancos para o PIX: impactos e desafios

4.12.2020 | Tendências

O assunto mais comentado do momento é a corrida dos bancos para o PIX. O termo está por todos os lados, por se tratar de uma grande inovação implementada pelo Banco Central que será lançado oficialmente para o público no dia 14 de novembro de 2020.

Nesse artigo vamos falar sobre esse novo sistema de Pagamento Instantâneo, seus impactos e desafios.

Afinal, o que é o PIX?

Vamos começar falando sobre esse conceito! Trata-se do mais novo método de pagamento instantâneo brasileiro, implementado pelo Banco Central para modernizar o mercado financeiro nacional estimulando o uso de meios eletrônicos de pagamento e a concorrência, diminuindo o volume de papel-moeda em circulação e democratizando o acesso dos brasileiros ao sistema financeiro.

Diferente das modalidades anteriores, como o TED e DOC, o PIX promete ser muito mais rápido, disponível todos os dias da semana e gratuito. As transações poderão ser realizadas em tempo real, entre diversas instituições bancárias.

Um dos conceitos mais importantes dentro do PIX é o da chave. Cada cliente poderá registrar uma chave diferente – como e-mail, telefone, CPF e uma chave aleatória – em cada banco.

Por exemplo, ao registrar o CPF como chave no banco X, ela estará vinculada a ele, não podendo ser usada em outras instituições – a menos que o cliente remova a chave e cadastre novamente.

Por isso os bancos começaram uma corrida em busca do cadastro de chaves dos clientes. O registro das chaves só pode acontecer mediante o consentimento expresso, o que se dá por meio da solicitação.

A corrida dos bancos pelo PIX

Os bancos estão correndo para se adaptarem ao novo modelo de transações, tendo em vista os impactos da medida no mercado. São players que faturam grandes valores com os modelos vigentes, como o TED e DOC.

O PIX vai funcionar de forma instantânea, com disponibilidade todos os dias da semana, em qualquer horário, inclusive em feriados. Por isso as instituições bancárias devem estar preparadas para lidar com a nova realidade.

Ao mesmo tempo em que esse novo sistema é gratuito, o que pode ser visto como um ponto negativo para os bancos, o sistema tende a ser mais inclusivo, possibilitando o ingresso dos desbancarizados no mercado financeiro.

O cadastro das chaves

Ao mesmo tempo em que os bancos estão comprando tecnologias e desenvolvendo novos serviços e soluções, com vistas a manter a competitividade, cresce também a corrida pelo cadastro das chaves do PIX dos clientes. De acordo com o Banco Central, foram registradas mais de 33 milhões de chaves até o dia 14 de outubro.

Na liderança do número de chaves registradas está o Nubank, com 8 milhões de chaves seguido pelo Mercado Pago com 4,7 milhões de chaves e em terceiro lugar o PagSeguro, com 4,3 milhões. Entre os grandes bancos brasileiros, o destaque foi o Bradesco, com 3,7 milhões.

A corrida pelo cadastro das chaves se justifica, na medida em que a chave estará vinculada diretamente ao banco. Ao realizar o pagamento para uma chave, o valor será automaticamente e instantaneamente creditado na conta respectiva.

O cliente terá total controle sobre as suas chaves, podendo cadastrar e remover as chaves quando quiser. Nesse cenário, o banco ou instituição financeira com o maior número de chaves cadastradas estará na dianteira.

As ofertas dos bancos para cadastro das chaves

Nesse cenário de corrida do Pix as Instituições financeiras e de pagamento buscam diferenciais para além dos benefícios oferecidos pelo novo sistema de pagamento instantâneo com o objetivo de atrair os clientes a cadastrarem suas chaves. De isenção de tarifas à cashback, confira as ofertas de algumas dessas instituições:

  • Banco do Brasil: anunciou 3 benefícios:

– a opção de uso do Pix no Whatsapp. Por meio de chat com o robô do banco, o cliente pode fazer o cadastro das chaves Pix, além de pagamentos e recebimentos, tudo isso sem a necessidade de uso de outro canal;

isenção de tarifa para PJ durante três meses para realizar transferências por meio do BB Digital ou recebimento por QR Code;

sorteio de R$ 700 mil, divididos em 237 prêmios: os valores chegam a R$ 100 mil para cada chave cadastrada.

  • Itaú: garantiu uma oferta de isenção de tarifas por três meses para clientes Itaú Empresas que cadastrarem o CNPJ como chave Pix no Itaú até o final de novembro;
  • Santander: ofereceu isenção de anuidade no cartão de crédito SX para clientes que cadastrarem as chaves CPF e celular no Pix do banco; Além disso, fará dois sorteios de R$ 1 milhão entre os clientes que cadastraram a chave no Pix, um para conta de PF e outro para PJ;
  • Bradesco: divulgou que o cliente pode concluir as transferências por meio do Pix mesmo se faltar dinheiro na conta. Ou seja, se o correntista estiver sem saldo para transferir, o banco indica a solução de crédito ideal para resolver na hora, tudo de forma digital e por meio do Pix;
  • Sicoob: garantiu 3 meses de isenção de tarifa sobre todas as transações, para pagadores e recebedores, pessoas físicas e jurídicas pelo menos até 16 de fevereiro de 2021;
  • C6 Bank:  definiu que o Pix será gratuito para pessoa jurídica, MEIs e PMEs independentemente do número de transações. Não foi definida uma data limite para essa gratuidade. Além de garantir 500 pontos no programa de fidelidade do banco para clientes que cadastrarem a chave;
  • Banco Inter: garantiu ao cliente que cadastrar a chave Pix um turbo de 10% sobre o cashback recebido.

As consequências do PIX

De acordo com especialistas, os bancos com maior número de chaves estarão em grande vantagem competitiva. O modelo será mais rápido, mais barato, mais prático e disponível a todo momento.

Ao mesmo tempo, também deverá atrair novos competidores, inclusive de outros setores, uma vez que não será mais necessário intermediários para ter acesso às finanças de seus clientes.

No entanto, o novo sistema não vai acabar com a circulação do dinheiro, nem extinguir o TED e o DOC. Até que o PIX se consolide, os meios tradicionais ainda terão impacto no mercado financeiro.

Outro instrumento conhecido pelos brasileiros que tende a permanecer popular por um tempo é o boleto bancário. As pessoas já estão acostumadas com essa forma de pagamento, o que será um desafio para o PIX.

A princípio, as principais barreiras para a implementação completa do PIX, enfrentadas pelo Banco Central, são:

  • Segurança: mesmo com todo o investimento em ferramentas ainda há o desafio relacionado à percepção dos clientes;
  • Hábito: as pessoas normalmente já têm cadastrado em seus aplicativos os dados para fazer transferências recorrentes e estão acostumados com isso. Logo, isso pode ser uma barreira para aderir o novo sistema.

É fato que teremos um sistema inovador, que enfrentará alguma resistência, mas que sem dúvida vai descomplicar o sistema financeiro brasileiro e favorecer os usuários.

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