Real Digital: saiba tudo sobre o Drex do BC

4.09.2023 | Notícias

Impulsionado pelas constantes inovações no mercado financeiro, o Banco Central vem avançando na implantação do chamado Real Digital, recentemente nomeado de Drex. A decisão do BC segue uma tendência que já existe em outros países e tem tudo para impactar de alguma forma a economia no Brasil.

Mas e você, sabe o que é o Real Digital? Quais os reais motivos por trás da digitalização da moeda brasileira pelo Banco Central? Como vai funcionar essa nova moeda?

Este é um tema ainda recente, mas que já vem rodeado de muitas dúvidas. Para ajudar você a esclarecer todas elas, preparamos esse artigo retratando um pouco sobre a proposta do BC. Acompanhe!

O que é o Real Digital?

De modo geral, o Real Digital nada mais é do que uma moeda virtual (versão eletrônica do papel-moeda) que será emitida pelo Banco Central. Seu objetivo é fazer com que a moeda faça parte do dia a dia dos brasileiros, sendo utilizado em diferentes transações. Seja em contas de pagamento, no saque de dinheiro, transferências entre outros.

Além disso, o lançamento dessa nova versão da moeda brasileira, facilitará a criação de novos modelos de negócios e possibilitará ao BC implementar novas tecnologias, como contratos inteligentes, internet das coisas e etc.

A versão brasileira da CBDC (“central bank digital currency”, na expressão em inglês) será feita a partir de uma stablecoin e com base no STR (Sistema de Transferência de Reservas).

Conforme o presidente do BC disse, isso é “uma forma de criar a digitalização da moeda sem criar uma ruptura no balanço dos bancos”. 

Drex: o novo nome da moeda digital do Brasil

A moeda digital que terá o mesmo valor que a moeda física em circulação no Brasil (cada R$ 1 equivalerá a 1 Drex), receberá o nome de Drex

De acordo com o Banco Central, esse é o termo escolhido, pois cada uma das letras possui um significado específico:

  • “D” advém da palavra “digital”;
  • “R” representa a palavra “real”;
  • “E” da expressão “eletrônica”;
  • “X” traz consigo um conceito de conexão e inovação.

Para o BC, a criação do Drex representa mais um passo rumo à digitalização da economia nacional. Mais do que isso, com a implementação dessa versão digital do real no país, será possível criar um ambiente mais seguro, democrático e acessível para os brasileiros se beneficiarem com as facilidades que a digitalização das transações financeiras pode oferecer para o seu cotidiano.

Como vai funcionar o Real Digital

Na prática, o objetivo é que o Drex funcione como uma moeda de atacado. O acesso será feito através de carteiras virtuais diretamente vinculadas a bancos, fintechs, corretoras, cooperativas entre outros correspondentes bancários.

Para usar a moeda digital brasileira, o consumidor terá que depositar em sua carteira virtual a quantia desejada em real. Assim, o valor será convertido em Drex, para que ele possa receber ou fazer transações usando a versão digital da moeda. A esse processo de conversão damos o nome de tokenização da moeda, onde se converte o ativo real em ativo digital.

Por que o BC resolveu lançar essa nova moeda?

Assim como fez com o PIX e o Open Finance, a proposta do BC com o Real Digital é revolucionar o sistema financeiro. Contudo este não foi o único motivo que levou à implementação dessa nova moeda digital.

Com o avanço das chamadas criptomoedas, bancos centrais de vários países viram seu monopólio sobre emissão e controle monetário ficar ameaçado.

Além disso, o avanço das tecnologias tem feito com que as pessoas usem menos a moeda física e mais os meios de transações virtuais. De acordo com a Pesquisa de Tecnologia Bancária 2023 da FEBRABAN oito em cada dez transações são realizadas por canais digitais que contemplam mobile banking, internet banking ou WhatsApp.

Fora isso, outros motivos como elevar a acessibilidade de seus serviços, facilitar a tributação e ampliar o rastreamento do dinheiro, tem feito com que cada vez mais bancos ao redor do mundo desenvolvam ou projetem a criação de suas próprias moedas.

Países como a China, por exemplo, que já implementou o yuan digital, são pioneiros nesse quesito. Enquanto isso, no Brasil, a previsão é que chegue ao consumidor em meados de 2024.

Foco na inclusão financeira

De acordo com o BC, a maior parte dos países vê as CBDCs como um potencial de melhorar a eficiência do mercado de pagamentos de varejo e de promover a competição e a inclusão financeira para a população ainda inadequadamente atendida por serviços bancários.

A crise da pandemia evidenciou a importância de os instrumentos digitais de pagamentos chegarem aos segmentos mais vulneráveis e afetados da população.”, afirma o Banco Central.

Ainda segundo Fábio Araújo, economista do BC e coordenador do projeto da moeda digital: “O ponto fundamental do Real Digital é a democratização do acesso a serviços financeiros. Para isso, estamos falando da inclusão e da educação financeira”.

Além disso, a aceitação da população também é um desafio que o órgão vai enfrentar. Isso porque, mesmo com boas soluções para pagamentos, como o Pix, o desafio é ir além dos serviços prestados e desenvolver novas funcionalidades e isso exigirá um esforço de educação e conscientização por iniciativa do Banco Central e das empresas que adotarem a nova tecnologia.

Entenda o LIFT Challenge 

O LIFT Challenge Real Digital é um ambiente colaborativo realizado pela Federação Nacional de Associações dos Servidores do Banco Central (Fenasbac), em parceria com o Banco Central. A iniciativa visa identificar as características fundamentais de uma infraestrutura para o Real Digital, além de avaliar casos de uso da moeda digital, bem como sua viabilidade tecnológica.

Entre os participantes do desafio temos grandes nomes como Febraban, Santander, Itaú e Visa – com apoio da Simply.

A proposta da Visa apresenta uma resposta para o financiamento de pequenas e médias empresas com base em uma solução de finanças descentralizada (DeFi) que poderá dar a esse segmento uma maneira viável de acessar fontes de financiamento externo.

Quer saber mais sobre o Lift Challenge? Acesse aqui.

Lift Lab 2023

O Lift Lab é um laboratório virtual que promove protótipos de inovação financeira e tecnológica, coordenado pela Fenasbac e o Banco Central do Brasil, com o objetivo de fomentar projetos de pesquisa de inovação relacionados à indústria financeira. 

O laboratório conta com as seguintes parcerias: Microsoft, IBM, AWS, Cielo, R3, Multilegers e Instituto Fenasbac. 

Em agosto o BC anunciou os projetos selecionados para a edição 2023 do LIft Lab. No entanto, o regulador informou que a iniciativa está suspensa devido a “limitações operacionais e de recursos humanos”.

No total, o Lift Lab teve 95 projetos inscritos, patamar recorde, com apenas 9 iniciativas aprovadas, sendo:

  • Cartão Pix
  • Compliance e PLD Preventivos
  • Gateway de Interoperabilidade
  • GreenFi: Finanças Descentralizadas para a Sustentabilidade
  • KYC para Rating de Crédito em Blockchain
  • Pix Debita Lá
  • Score Chave Pix
  • SmartSafe
  • Token do Agronegócio Garantido – TAG

De acordo com o texto divulgado pelo regulador, o novo cronograma para o desenvolvimento dos projetos escolhidos “será comunicado oportunamente”. O comitê gestor do Lift, formado por representantes das diferentes áreas do BC, vai avaliar e replanejar o portfólio das iniciativas em curso, “frente a outras entregas institucionais para a sociedade”.

Para saber mais, acesse o site do LIFT clicando aqui.

Real Digital não é uma criptomoeda

Quando se fala em Real Digital, muitas pessoas costumam achar que se trata de uma criptomoeda brasileira. Contudo, pensar dessa forma é um erro.

Isso porque, diferentemente da criptomoeda, que possui uma gestão descentralizada, o real digital será gerido pela autoridade monetária brasileira.

Além disso, as criptomoedas detêm características de um ativo. Enquanto, o Real Digital é encarado como uma moeda. E, por isso, sujeita aos riscos da instituição.

O fato é que ainda há muito o que se conhecer sobre esse lançamento para tornar seu uso mais seguro no cenário nacional e internacional. Mas uma coisa é certa, esta moeda digital não virá para substituir o real físico, apenas para sanar gargalos que surgiram com o aumento das transações online.

Além disso, o lançamento do Real Digital representará um passo enorme rumo ao ingresso do Brasil em um cenário digitalizado internacionalmente!

Real Digital x Pix: entenda a diferença

De modo geral, existem alguns pontos que diferenciam o Drex de outras soluções financeiras digitais, como o PIX. A principal delas está diretamente relacionada ao próprio modelo operacional de cada solução. 

Enquanto o Pix corresponde a uma ferramenta de transação financeira simultânea, o Real Digital representa a própria moeda. Além disso, também há diferenças quanto a escala de valores e funcionalidade.

No Pix, o BC estabeleceu um limite de valor a ser obedecido por questões de segurança. Já no Drex, como as transações serão feitas usando tecnologia blockchain, os valores envolvidos são maiores.

Atualmente, o Pix também é comumente usado em transações comerciais. Por outro lado, ao ser implementado, o Drex terá uma margem de aplicação mais extensa. Ou seja, essa versão digital do real poderá ser usada não só em transações financeiras convencionais. Mas também para adquirir bens móveis ou imóveis e até títulos públicos, onde todo o processo será executado, instantaneamente, através de contrato automatizado.

Fora isso, no Pix, as transferências são feitas em reais, enquanto que no Drex, elas envolverão a versão digital desse ativo.

Quando entra em vigor o real digital?

Os testes para implementação do Real Digital no Brasil começaram a ocorrer já em 2023. No entanto, a previsão é que a versão digital da moeda brasileira entre em vigor no final de 2024 e início de 2025.

Inicialmente, a moeda será liberada a uma parcela restrita da população, assim como ocorreu com o Pix. Posteriormente, ela estará disponível para uso a todos os brasileiros. Além disso, vale destacar que no início, suas funcionalidades serão reduzidas. 

Mas, como o seu objetivo é reduzir burocracias e acelerar as operações, assim como reforçar a segurança, reduzindo o número de fraudes e lavagem de dinheiro, certamente essa solução se tornará popular rapidamente. Não só entre os consumidores, mas sobretudo nos bancos e correspondentes bancários. 

E você, o que acha dessa novidade? Conta pra gente aqui nos comentários! E não deixe de se cadastrar na nossa newsletter para receber conteúdos como esse semanalmente em seu e-mail.


Escrito por: <a href="https://digitips.com.br" target="_blank">Portal DigiTips</a>

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